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RECENSÃO CRÍTICA - ZYGMUNT BAUMAN

Sem aprofundar-se no conceito de globalização, é percebida a liquidez e volatilidade das decisões do mundo digital globalizado na vida moderna. Neste sentido, Zygmunt Bauman, em sua obra Cultura no mundo Líquido Moderno, propõe uma análise profunda do conceito de cultura e suas peregrinações ao longo da história.

Foto: Zygmunt Bauman / Fonte: andersphoto / Shutterstock.com

CULTURA NO MUNDO LÍQUIDO MODERNO

O que me moveu a escolher um livro de Zygmunt Bauman para escrever uma recensão crítica foi o conceito de liquidez que o autor traz em praticamente todas suas obras. Vejo como um conceito central para entender e interpretar todas as nossas relações na modernidade tardia e, digo até, que a escolha vai ao encontro das minhas buscas por entendimento de uma vida extremamente estressante na qual busco sentido diário. O que foi uma surpresa, neste livro especificamente, foi a abordagem sobre cultura no campo das artes e sua contextualização histórica. Sob esta perspectiva, a cultura sempre teve um papel de dispositivo para enfatizar hierarquicamente as classes sociais. Mesmo no mundo contemporâneo com a presença intensa da internet orquestrando as relações humanas, trazendo um tom democrático para o acesso - entenda-se por democrático uma definição pessoal por um maior número de pessoas possibilitadas ao acesso a cultura - ainda sim, as divisões hierárquicas estão presentes. Em um formato diferente e não tão concentrado, como no período das monarquias, a concentração está representada de forma diferente nas mãos de uma espécie de guias que evidenciam o que é belo e define o que deve ser arte. E o que fica depois do estudo do livro de Bauman ainda é a pergunta, quem define o que é belo? De onde, ou melhor, a quem cabe esta decisão? Por quem estou sendo influenciada?

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